“Parcerias como essa têm que seguir as leis
trabalhistas do país que faz a doação dos médicos, e seguir exatamente o código
civil, penal e ético do país que recebe os médicos.”
Ministro da saúde, Alexandre
Padilha
Como cidadão brasileiro apoio, desde
o seu anuncio, o projeto do governo de se buscar médicos estrangeiros para os colocar
onde os nossos, seja por convicção pessoal ou profissional, não queiram ir.
Isto porque conheço as dificuldades de regiões mais remotas, e umas nem tanto
mas que não têm shopping center, de ter estes e outros profissionais de saúde
para atender a sua população.
Que venham muitos, quantos forem
necessários, e médicos não se medem pela nacionalidade. Venham gregos e
troianos. Mas que todos, estando aqui, que se submetam às leis brasileiras, sem
diferenciações.
Não faz sentido falar-se que cidadãos
estrangeiros, em território brasileiro, haverão de se submeter parte aos
códigos das leis brasileiras e parte aos da legislação do seu próprio país de
origem. Falar-se que médicos de uma
nacionalidade especifica estarão submetidos aos códigos civil, penal e ético
brasileiro e que no que tange à legislação trabalhista se submeterão às leis do
seu país de origem é um contra senso. Ou será que as leis trabalhistas
brasileiras não são éticas, e/ou justas para que aceitemos que trabalhadores não
tenham a obrigação de seguir a legislação brasileira? Assim sendo que se faça
uma reforma da CLT para que seja mais justa e ética para todos nós, médicos ou
não, brasileiros e de outras nacionalidades, e que não se fique atendendo a caprichos
e regras de outros países ou alimentando a politica de geração de mão de obra
qualificada de exportação para ganhos dos cofres dos governos com as suas
lógicas que para alguns só via ditaduras as conseguem implementar.
Até então vinha entendendo que estávamos
contratando médicos estrangeiros, e não empresas ou cooperativas de mão de
obras prestadoras de serviços ou muito menos a contratar governos de estados
estrangeiros. É que no caso dos médicos estrangeiros parece que o Brasil estará
remunerando o governo cubano, e este repassará aos seus funcionários entre 25%
e 40% dos R$ 10.000,00 de rendimentos mensais dentro dos seus próprios critérios.
A CLT - Consolidação das Leis do Trabalho tem
nos seus códigos, vários artigos que podem impedir o modelo da
contratação que vem sendo adotado para a busca dos tão necessários médicos estrangeiros.
E para que os cidadãos brasileiros possam avaliar esta questão há a
obrigatoriedade do governo brasileiro, de forma totalmente transparente, colocar
na mesa as regras do jogo.
Quem estamos contratando? Pessoas
físicas ou cooperativas estatais de mão de obra?
Como será a remuneração,
incluindo a tributação sobre esta, dos médicos que já vão chegando?
A remuneração, como exige a CLT,
para funções e competências similares serão também similares?
Estaremos pagando os salários aos
médicos ou aos governos espanhol, português, cubano, argentino e outros para
que depois estes repassem o que acharem, dentro das regras deles, aos seus
funcionários públicos?
No caso dos cubanos, a ser
verdade o que se vem noticiando, o nosso governo estará pagando por profissional
R$ 10.000,00 e o governo deles estará repassando a estes entre 25% a 40% deste
valor. Quem pagará os impostos, como INSS e o Imposto de Renda? Os médicos ou
os seus governos? Quanto sobrará líquido no bolso desses médicos? Quais os
critérios que o governo cubano usará para definir os salários dos seus
funcionários públicos executando tarefas em território estrangeiro? As nossas
leis absorvem bem essas regras ou vamos fechar os olhos?
Falando sobre regras, elas não são exatamente
as mesmas quando contratamos pessoas físicas ou contratamos pessoas jurídicas,
como empresas e/ou cooperativas de mão de obra temporária ou empresas de mão de
obra terceirizada.
Uma coisa é certa. Quando há mais
perguntas do que respostas já fica evidente que há falta de clareza, para não
dizer falta de transparência, do processo que vem sendo questionado. E para isto
é absolutamente necessário que o Governo Federal corrija urgentemente para que
não corramos o risco de haver arrependimentos e ainda ouvir de outras bestas
que não devem atender pacientes que venham a ter problemas com possíveis atendimentos
deficientes por parte de médicos estrangeiros. Haverá sempre gente querendo
misturar questões para criarem argumentos que defendam os seus interesses
pessoais ou de grupos restritos, e não se pode desprezar essa gente. É também
obrigação do Governo Federal isolar estas possibilidades usando da tal transparência
que qualquer estado de direito democrático exige.
Infelizmente sempre haverá politiqueiros querendo interferir nas leis em vigor.
ResponderExcluirConcordo contigo, que se é para importar mão de obra especializada, em falta nos "rincões" brasileiros. E estando ela debaixo do jugo de leis de venda de mão de obra no seus países de origem, nada mais justo que o governo brasileiro se garanta os direitos trabalhistas da CLT. Com os mesmos direitos e deveres que qualquer cidadão brasileiro tem. Não há que cometer o erro de importar escravos modernos, e sim de suprimir a falta de mão de obra especializada, oferecendo trabalho e direitos de acordo com dignidade e valores humanos e trabalhistas, sacramentados na constituição nacional.