quarta-feira, 1 de julho de 2009

De forma tímida, FIFA chama atenção da CBF

Foto do site da Gazeta do Povo

A Associação Dinamarquesa de Futebol posicionou-se de forma mais clara, mas também outras associadas da Fifa na Europa mostraram mais uma vez o descontentamento com a atitude de jogadores brasileiros ao misturarem religião com futebol quando festejam vitórias em jogos ou na conquista de títulos da Seleção canarinha.
Nunca fui contra quando as atitudes são individuais, tipo um jogador se benzer quando faz um gol ou no fim de um jogo ou quando agradecem aos “Céus” um lance ou uma vitória. Nem mesmo quando usam uma camisa por baixo da camisa oficial, com dizeres religiosos, desde que não vinculados a uma igreja especifica.
Mas foi de fato uma atitude reprovável, em especial da comissão técnica e demais dirigentes brasileiros presentes, a forma como agiram após a vitória sobre os EUA e em conseqüência a conquista do título da Copa das Confederações na África do Sul.
Estes usaram uma “instituição” de um Estado laico para representar uma linha religiosa. Além de representar uma ofensa, como Estado, a outros Estados laicos e não laicos, é uma ofensa a todos os brasileiros não cristãos. Afinal quem são estes cidadãos para se acharem no direito em usarem símbolos brasileiros, como o da CBF – Confederação Brasileira de Futebol, a Bandeira Nacional e o Hino Nacional e misturarem neste evento desportivo com orações religiosas?
Obrigado à Dinamarca por se manifestar de uma forma que os próprios brasileiros deveriam o ter feito, ainda que o resultado tenha sido que a FIFA tenha pego muito de leve a CBF quando esta claramente foi contra os estatutos e objetivos da Federação.

Texto assinado por um Cristão.

Um comentário:

  1. Para mim está claro, e não é desde hoje, que religião não tem espaço no desporto.
    Religião é fé pessoal e assim deve continuar sendo respeitada e praticada. E não motivo de propaganda, vinculada á profissão que se tenha.
    Nada impede que qualquer cidadão do mundo tire o tempo que quiser por dia, para rezar, pedir, agradecer ou desejar algo ao Deus que acreditar. Mas terá isso que ser no escritório, na escola, no campo, na pista de atletismo, na piscina, na arena de basquetebol, ou seja lá onde for? Penso que não.

    Os desportistas brasileiros só são alguns deles, que teimam em fazer propaganda das religiões que crêem, em campo. Dos grandes futebolistas mundiais, o jogador francês Frank Ribery, que é mulçumano e joga no Bayer de Munique, é outro que também faz a sua benção quando entra em campo, como se não houvesse muitos outros lugares para ele "falar com Deus", que não fosse em frente das 40'000 pessoas que lotam em média, os campos alemães.

    Sou contra os dizeres e demonstrações religiosas em atos desportivos. Pois o esporte, (enquanto o mundo não for uma ditadura em nome de Deus), deverá continuar isento de religião e política. Uma convergência mundial de culturas, onde só o desporto e o “fair play” em todo sentido inserido nessas palavras, deve contar.
    Afinal se Deus existe, ele não estaria certamente torcendo por uns e contra outros, que também os criou, e ao se agradecer um gol marcado com um gesto religioso, não se estaria confirmando que Deus lhe deu uma prioridade, com relação ao seus adversários. (Onde fica a humildade que deve sobrepor a arrogância pessoal !?)

    A Fé dentro de nós e praticada a nível pessoal ou junto com as pessoas da mesma religião, nos seus centros religiosos, sim. Na arenas desportivas não!
    O Bom Senso, deverá continuar vindo antes de tudo, se realmente possuirmos o Respeito ao próximo, que todas as religiões pregam.

    Viva a neutralidade religiosa e política no desporto.

    António Maria

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