“Os homens mais respeitados não são sempre os mais respeitáveis.” Marquês de Maricá (1773-1848), político carioca.
quinta-feira, 25 de junho de 2009
sábado, 20 de junho de 2009
Lucrécia Paco – Então é verdade, no Brasil é duro ser negro?
A atriz moçambicana Lucrécia Paco mostrou ter personalidade quando estando em país estrangeiro, a convite de uma instituição deste país para apresentar uma peça de teatro, ter aberto o trombone através da imprensa local e afirmado ter passado por discriminação racial na maior cidade brasileira.
Lucrécia Paco estaria em uma fila de uma casa de câmbio, em um shoping comercial na cidade de São Paulo, trocando dólares, quando uma mulher teria, de forma agressiva, insinuado que a mesma havia tentado mexer na sua bolsa. Quando a atriz moçambicana pediu desculpa se por ventura houvesse tocado, de forma não proposital, na bolsa, a tal senhora teria ficado ainda mais agressiva, ameaçando chamar a segurança e polícia de imigração.
Uma pena que a Lucrécia Paco, ainda que entendível por estar em solo estrangeiro, não ter apenas contado esta história à imprensa após os fatos. Pena que a mesma, para mostrar ao mundo inteiro que também no Brasil, ainda que haja uma corajosa legislação pertinente, o racismo é ainda uma realidade, não tenha levado a situação a consequências mais sérias para a acusadora. Penso que para isso não fosse nem mesmo necessário saber que no Brasil racismo é crime inafiançável.
E se pudesse estar com a Lucrecia, também lhe passaria uma mensagem de calma para que não entrasse na paranóia que diz que entrou ao começar a achar que começa a ver sinais de discriminação por todos os lados, e que fico na torcida que deixe por aqui as melhores impressões do teatro moçambicano.
Pode-se ler a notícia em questão aqui , e nos comentários da mesma poderão constatar o que alguns não querem reconhecer; que o racismo neste país existe, principalmente quando se pode exercê-lo no anonimato.
Lucrécia(s), lute, mas lute muito contra o racismo, e contra todos os preconceitos em relação às minorias, inclusive em Moçambique, inclusive sendo seja lá qual for o tom de pele que sofra com o preconceito.
* Interessante ouvir o cantor e escritor Chico Buarque falar sobre o racismo no Brasil, aqui.
sábado, 13 de junho de 2009
Ricardo Rangel, pelo meu Irmão...

Nas minhas ultimas 3 visitas a Moçambique, (1996, 2000 e 2003), tive o prazer de sentir aquele carinho típico do tio Rangel. Só na sua companhia é que tive coragem de ir visitar o outro grande Mestre e tio Zé Craveirinha, em Janeiro de 2003, quando já estava em coma em sua casa. Chorei ao ver o tio Zé, e ele me consolou com as palavras, "não chores porque parece que não, mas ele nos sente aqui".
Enxuguei as lágrimas e ele me levou depois para "arejar" na marginal de Maputo, antes de me levar para o seu escritório em casa. Lá chegando colocou alguns discos de vinil rodando na vitrola, e logo o bom Jazz que ele em tempos passados, juntamente com o tio Zé, e o "chapa" Gouvêa Lemos, tantas vezes escutaram, encheram o ambiente de uma nostalgia gostosa, acrescentada por várias lembranças, contadas com o jeito que só ele sabia contar. São momentos que jamais esquecerei, e serei sempre grato.
Uma geração difícil de substituir na sua coragem e verticalidade, pouco a pouco está passando a tocha à próxima geração, que sei também ter gente com os mesmos ideais e verticalidade. Que continuará lutando pelo sonho de uma constituição independente, com paz, liberdade de expressão, prosperidade e justiça para todos os cidadãos do país que eles tanto amaram.
Nesta hora jamais poderia esquecer, a esposa e lutadora, tia Beatriz, que já só vim a conhecer como adulto, e que a igualmente adoro. O mesmo se extende à Familia Beatriz e Rangel, espalhados do sul do Brasil ao Revuma. É com eles que estou neste momento, por mais mares, montanhas e savanas nos separem.
Triste, mas certo que o Velho Guerreiro está agora curtindo o merecido descanso, em companhia de muita boa gente.
António Maria
____________
*Foi este um comentário que o António Maria deixou no post "Ricardo Rangel" e não podia deixar de lhe dar maior destaque.
Mato Grosso (4)
sexta-feira, 12 de junho de 2009
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Ricardo Rangel
Ricardo Rangel era um deles. Com as suas fotos ele contava-nos a história de terceiros que faziam parte da nossa história. Para mim, ele me contou um pouco como era o meu Pai, como ele o via. Através dele conheci um pouco do jornalista Gouvêa Lemos. Através do Gouvêa Lemos, quando eu ainda era um miúdo, no início da década de 70, já percebia o respeito que o Ricardo Rangel impunha no meio jornalístico.
Hoje, ao receber a notícia por mensagem (SMS) via celular (telemóvel) do falecimento do Tio Rangel, tive a invasão da tristeza de perder alguém muito querido, e também de perder um pouco mais dos meus Pais.
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Mato Grosso (2)
terça-feira, 2 de junho de 2009
Glória de Sant'Anna
Do "poema dos jovens conscientes", escrito em Pemba, Moçambique, no ano de 1970.

Fonte: Fundação Colouste Gulbenkian