sábado, 20 de junho de 2009

Lucrécia Paco – Então é verdade, no Brasil é duro ser negro?

Foto do Site Época

A atriz moçambicana Lucrécia Paco mostrou ter personalidade quando estando em país estrangeiro, a convite de uma instituição deste país para apresentar uma peça de teatro, ter aberto o trombone através da imprensa local e afirmado ter passado por discriminação racial na maior cidade brasileira.

Lucrécia Paco estaria em uma fila de uma casa de câmbio, em um shoping comercial na cidade de São Paulo, trocando dólares, quando uma mulher teria, de forma agressiva, insinuado que a mesma havia tentado mexer na sua bolsa. Quando a atriz moçambicana pediu desculpa se por ventura houvesse tocado, de forma não proposital, na bolsa, a tal senhora teria ficado ainda mais agressiva, ameaçando chamar a segurança e polícia de imigração.

Uma pena que a Lucrécia Paco, ainda que entendível por estar em solo estrangeiro, não ter apenas contado esta história à imprensa após os fatos. Pena que a mesma, para mostrar ao mundo inteiro que também no Brasil, ainda que haja uma corajosa legislação pertinente, o racismo é ainda uma realidade, não tenha levado a situação a consequências mais sérias para a acusadora. Penso que para isso não fosse nem mesmo necessário saber que no Brasil racismo é crime inafiançável.

E se pudesse estar com a Lucrecia, também lhe passaria uma mensagem de calma para que não entrasse na paranóia que diz que entrou ao começar a achar que começa a ver sinais de discriminação por todos os lados, e que fico na torcida que deixe por aqui as melhores impressões do teatro moçambicano.

Pode-se ler a notícia em questão aqui , e nos comentários da mesma poderão constatar o que alguns não querem reconhecer; que o racismo neste país existe, principalmente quando se pode exercê-lo no anonimato.

Lucrécia(s), lute, mas lute muito contra o racismo, e contra todos os preconceitos em relação às minorias, inclusive em Moçambique, inclusive sendo seja lá qual for o tom de pele que sofra com o preconceito.

* Interessante ouvir o cantor e escritor Chico Buarque falar sobre o racismo no Brasil, aqui.

9 comentários:

  1. De facto não dá para acreditar como num país MULTIRACIAL como é o Brasil, ainda pode existir o RACISMO neste século... é TRISTE

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  2. já tinha lido noutro blogue, o do Macua. olha, nem sei que comentar... sinceramente! :(

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  3. É tão lamentavel ouvir isso que esta acontecendo com a nossa atriz mas é grande orgulho saber que uma moçambicana esta enfrentando este crime. Força Lucrecia e força a todos moçambicanos que dia a dia atravessam estes riscos. Coragem.

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  4. É tão lamentavel ouvir isso que esta acontecendo com a nossa atriz mas é grande orgulho saber que uma moçambicana esta enfrentando este crime. Força Lucrecia e força a todos moçambicanos que dia a dia atravessam estes riscos. Coragem.

    David-moçambique.

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  5. Sim,... triste, e que deve ser combatido com conscientização, com maior nível de "assimilação / aproveitamento de cultura", porque aqui não se trata de uma questão de se "ter cultura", e também de se fazer sim legislar e cumprir as leis contra o que se deve caracterizar como crime.
    Um abraço, Carlos, e cumprimentos para os que tive o prazer de os ter aqui no nosso cantinho.
    ZP

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  6. Vamos usar a responsabilidade cìvil
    DIGA NÃO AO RACISMO
    Um Planeta para todos nós!

    Tó Maria

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  7. O racismo existe, e muita gente, de branco, apenas tem os dentes!

    E muita gente, de preto, apenas tem os miolos!

    O grande problema é o complexo de uns perante os outros.

    E esse complexo apenas desaparece com a convivência.

    E aí, conforme o Chico Buarque, o Brasil já está adiantado.

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  8. Zé, fiquei com uma vergonha, com uma indignação... pedi desculpas ém nome do Brasil por ter sido tão destratada. O pior é saber que isso é uma regra...

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  9. Pois é, fiquei danada quando soube disso. Aliás, tenho um amigo que conhece a Lucrecia, pois ela é a amiga da nora dele. Mais uma vez o racismo, mais uma vez essa nojeira! Até parece que a nossa raça é pura! Essa loira (nem sei se o é mesmo, de repente oxigenada, né? faz-me rir). Preconceito... quando essa coisa horripilante irá findar? Que vergonha!

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