domingo, 12 de abril de 2009

Tempos de apartheid


Á esquerda o jornalista Gouvêa Lemos com parte da delegação da equipe brasileira Portuguesa Santista. (Jornal "Notícias", de Lourenço Marques)

Tenho esta fotografia como uma das recordações do meu Pai como jornalista (repórter, cronista, diretor de redacção).
Foi quando da visita a Lourenço Marques, Moçambique, em 1959, do clube de futebol brasileiro Portuguesa Santista.
O que eu não sabia é que nessa excursão da Portuguesa por África, em especial pelas colônias portuguesas, também haviam passado pela África do Sul, onde iriam jogar na cidade do Cabo, e que acabaria por haver um incidente diplomático entre o Brasil e a então África do Sul, porque estes últimos não aceitaram que três dos jogadores da Portuguesa, por serem negros, participassem da partida.
Os jogadores da Portuguesa, com o apoio do governo brasileiro, já no vestiários, depois de já terem passado por humilhações no porto por terem negado inicialmente o desembarque a estes três jogadores, e ao ficarem sabendo que estes estariam proibidos de participar, negaram-se a jogar e retiram-se do estádio e do país.
Com esta decisão passou a ser o Brasil um dos primeiros países, tendo na época o Juscelino Kubitschek como Presidente da República, a tomar uma posição internacional contra o regime do apartheid.
Indico que se assista à reportagem exibida hoje no “Esporte Espetacular”, da TV Globo, abaixo.


30 comentários:

  1. ... e a tua irmã tem uma surpresa para ti. pena que o meu scaner seja "curto" e não dê para o formato (já estou a revelar meia surpresa eheheh)

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  2. Viva Ze Paulo! Um beijo grande á Sofia. Hoje o dia pertence-lhe! Outro, igualmente grande a vcs os dois e, ainda, outro ao Filipe.
    Espero k a vossa Páscoa, recheada de chocolates, tenha sido boa.
    Nao conhecia este segundo lanterna...vou dar um giro nele.
    Ana

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  3. Grande Carlos,
    Já presente nesta segunda versão da Lanterna. Isso me deixa feliz.
    Manda um beijo à Mana e um abraço para ti.
    Zé Paulo

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  4. Querida Ana,
    Acendi esta Lanterna ontem. Fico feliz de já te ver por aqui, e sempre te lembrando de datas tão especiais cá para esta tribo.
    Um beijo grande para ti e abraços para os teus dois mangussos.
    Zé Paulo

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  5. Ainda chego a tempo dos festejos de inauguração da Nova Lanterna Acesa? Acho que sim! Este é um bom começo. Um beijinho de parabéns pelo que sei e pelo que não sei mas adivinho pelos comentários anteriores...

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  6. Madalena, a s'tora da nossa blogosfera.
    Que bom te ter por aqui.
    Junto com a Páscoa, hoje festejamos o aniversário da minha mais velha, a Sofia. O resto, não sei bem do que se trata, mas penso que algo relacionado ao meu Pai.
    Beijinhos muito para ti.
    Zé Paulo

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  7. Parabéns pelo novo LA, e por este artigo e filme da TV Globo, que baseados no passado, nos lembram que há muito a fazer contra o racismo.

    DIGA NÃO AO RACISMO!

    Beijos
    Tó Maria

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  8. Correção; o artigo que me refiro, é o teu texto com a foto da Portuguesa em Moçambique, com o nosso pai todo orgulhoso, no canto esquerdo.

    Tó Maria

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  9. Cheguei cá por portas e travessas e ainda a tempo da "vernisage", espero.
    Li os teus comentários no picassa do Gil e tb eu tenho saudades tuas.
    Grande beijo, theo

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  10. Olha eu aqui:) Como ficar longe de ti e todos?! rssss Um tema forte e atual infelizmente...
    Boa sorte por mais esta. Beijos muitosssss

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  11. Tó,
    Não diria que é esta uma nova Lanterna, e sim apenas com um novo endereço por dois motivos básicos:
    1- O endereço anterior vinha apresentando alguns problemas, havendo mesmo pessoas reclamando que não o conseguem acessar. Tentei resolver e não consegui;
    2- Aproveitei que o anterior andava meio moribundo e revitaminei-o com um novo visual para ver se ganho alguma inspiração. Ainda assim não planejo o mesmo ritmo de edição de tempos atrás.
    Assim sendo, não vejo este espaço como novo e sim como uma continuidade do Lanterna Acesa.
    Beijos,
    Zé Paulo

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  12. Olá Theo!
    Gostei dessa da "vernisage"...rsss...
    Tu estás sempre a tempo.
    Beijos.
    Zé Paulo

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  13. Tareca,
    É bom que não fiques longe. :)
    Beijos
    Zé Paulo

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  14. Ah, agora sim, já posso voltar a estar ZP!!
    beijo grande,
    IO

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  15. mano abre a pagina da globo aqui no video e verás que retiraram do ar a globo.com , devido a problemas técnicos. Beijitos

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  16. ZP na segunda não consegui ver, mas agora tento de novo e consegui. Desculpa, mas vejo no globo que tinham tirado do ar, ótimo, deve ser outra coisa e aqui deve ter dado erro tb. beijocas e força aí...

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  17. 50 anos. eta meu pai !!!

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  18. Tareca,

    50 anos! Eta Pai!
    Se perceberes, esta pequena foto mostra a postura de um homem à frente do seu tempo. Nós, conhecendo a personalidade do Gouvêa Lemos e lendo a legenda desta foto (que pena tenho não ter a reportagem completa), podemos entender que exista ali algumas alfinetadas ao que havia acabado de acontecer na Cidade do Cabo com a turma da Portuguesa.
    São 50 anos de uma decisão política do governo brasileiro de então extremamente importante, que merece ser vista com o devido valor histórico.
    Beijos grandes.

    Zé Paulo

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  19. Grande IO!
    Essa de "estares ZP" foi de me deixares rubro...Xiiii !!!
    Beijo grande.
    ZP

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  20. Obrigado mano, entendi e Eta nosso Pai! rsss

    Um bom dia a todos

    Beijoca gorda

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  21. Oi Zé Paulo,



    li o artigo ... era e foi durante imensos anos assim na nossa vizinha África do Sul ...

    esta situação fez-me lembrar (mas não sei bem o quê) algo que se passou com a Tina Turner e marido (Ike ou Mike...) ... ela é Sul Africana ... e que a levou a deixar o país ...

    desta vez consegui ver o vídeo (embora com dificuldade ... pois vi aos "soluços" ... para um monte de vezes ... o que é uma pena) : é sem dúvida um documento histórico e que bom terem-se recuperado todas estas imagens de há 50 anos

    beijinhos e bom dia
    isabel

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  22. Olá Isabel,
    É bom te encontrar também por aqui.
    Não sabia que a Tina Tuner era sul-africana.
    Beijos,
    Zé Paulo

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  23. Tempos de "apartheid", ou da estupidez de quem é digno de pena, tal a pobreza de espírito.
    abraço
    VP

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  24. ZP:
    Anna Mae Bullock (Tina Turner) nasceu em Brownville, no Teneessee, USA, para que conste.
    abraço
    VP

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  25. VP,
    Algo de estupidez que ainda encontramos por aí, sem estar na legislação formal dos povos.
    Essa da Tina Tuner foi uma supresa para mim.
    É uma alegria te encontrar por aqui.
    Abraço,
    Zé Paulo

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  26. ZP:
    Antes de mais, obrigado.
    Sabes, isto do "apartheid" tem muito que se lhe diga. Ele, o "apartheid", foi a concretização formal do racismo extremado. Aplicou-se o que se pensava. E, acredita, são muitos os que pensam e se calam, em todas as variantes étnicas. Muitas vezes pode tomar-se como racista aquele que bate de frente com culturas estranhas, que não aceita normas estranhas. Isso tem nada de racismo. Falo-te disto que não te é desconhecida a minha aversão a ciganos, mais precisamente, à cultura deles, que tenta sobrepôr-se a todas as outras. É fácil parecer-se racista se no nosso prédio mora gente que coloca batucadas a altas horas da noite não respeitando o descanso dos demais, coloca lamúrias flamencas ou faz fitas como se estivessem na feira, largam os carros de compras roubados no super-mercado no hall do prédio, etc. Se lhes fazemos ver o erro somos logo apelidados de racistas, por eles e pelos "complexados politicamente-correctos", já para não falar do parasitismo de que são profissionais.
    um abraço
    VP.

    A Tina é americana, meu, descendente de escravos.

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  27. VP,

    Há aqui na tua colocação, ao meu ver, algumas claras diferenças.
    Quando falas sobre a aversão aos ciganos não me soa bem aos meus ouvidos. Pode me soar bem melhor se me disseres que tens aversão a quem tem obrigação de fazer valer as leis, quando percebes que existe receio de as usar, em alguns países, contra quem comete delitos e/ou crimes, independente de etnias, usando como justificativa para isso uma cultura qualquer. E há que se ter cuidado quando se confunde as iniciativas que os governos têm em relação a classes sociais, e onde sabemos que grande parte dos grupos de ciganos, de Portugal, estão enquadrados. Não me iludo que parte, de ciganos e não ciganos, acabem por se aproveitar destes benefícios e passem a serem uns “parasitas”, como classificas. Cabe, novamente, ao Estado com a sociedade vigiando, combater esses abusos sem se acomodar e se esconder atrás de questões culturais.
    Sobre batucadas até altas horas da noite, só se pode dizer que tens gente que não respeita os vizinhos. Se disseres para mim que isso acontece porque aquele que batuca é português, porque um brasileiro nunca faria isso, eu diria que poderia haver aí um tipo de preconceito, pois quem não respeita a liberdade do ouvido do outro é sem educação no Brasil e em Portugal. Que se cante o fado e o samba no devido lugar e a devidas horas. Com toda a certeza estás tu certo, se não se classificar o problema em nacionalidades / raças, não se tem nada de racismo, e sim um conflito entre pessoas bem e mal educadas.

    Abraço.

    Zé Paulo

    PS: Sim, a Tina é americana...rssss...

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  28. Ate agora maior anedota deste novo seculo.
    (Tina Turner e marido (Ike ou Mike...) ... ela é Sul Africana ... e que a levou a deixar o país ...)
    Ao que e bem sabido na Africa do Sul, onde vivo a 44 anos, a unica coisa que a Tina Turner durante anos teve da Africa do Sul eram as perucas que eram manufacturadas especialmente para ela em Durban.
    Raul J. Jacinto
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    AFRICA DO SUL
    rauljjacinto@yahoo.com

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  29. Raul,
    Obrigado pelo esclarecimento sobre as perucas da Tina. Algo de muito importante para o tema.:)
    Já sobre ela não ser sul africana, alguém já havia esclarecido o equivoco, sem necessáriamente qualifica-lo como anedótico.
    Aproveitando, poderia nos passar algo de como foi para si conviver com o regime do apartheid, já que está por aí fazem 44 anos.
    Cumprimentos,
    Zé Paulo

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